
O governador afastado do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), voltou a ser alvo de uma operação da Polícia Federal nesta quarta-feira (12). Batizada de Operação Nêmesis, a ação foi autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e apura a possível tentativa do político de embaraçar as investigações da Operação Fames-19, que investiga o desvio de recursos públicos destinados à compra de cestas básicas durante a pandemia da Covid-19.
Esta é a terceira operação da PF em menos de 60 dias envolvendo o governador afastado, sua esposa e filhos. Apesar do novo mandado de busca e apreensão, não foram encontrados novos elementos que pudessem alterar o rumo das investigações ou acrescentar fatos relevantes ao processo já em andamento.
A primeira ação, a Operação Fames-19, deflagrada no dia 3 de setembro, levou ao afastamento de Wanderlei Barbosado cargo por decisão do STJ. Na ocasião, os agentes federais cumpriram mandados de busca na residência oficial do governador e encontraram o local com luzes e televisão ligadas, comida sobre a mesa, um cofre vazio e um celular recém-resetado, o que levantou suspeitas de destruição de provas. O casal, que não foi localizado durante a operação, acabou sendo encontrado horas depois em uma fazenda no município de Aparecida do Rio Negro.
Pouco tempo depois, uma segunda operação da PF aprofundou as investigações sobre o suposto esquema de desvio de recursos e envolvimento de outros servidores públicos e empresários ligados ao governo. Assim como nas fases anteriores, não houve descoberta de fatos novos ou provas que modificassem o cenário já apresentado.
Com a deflagração da Operação Nêmesis, nesta quarta-feira (12), a Polícia Federal busca esclarecer se o governador afastado teria tentado atrapalhar o andamento das investigações da Fames-19. Entretanto, até o momento, as informações indicam que nada de novo foi encontrado que pudesse mudar o curso do processo ou influenciar diretamente a decisão judicial sobre o futuro político de Wanderlei Barbosa.
Enquanto isso, o estado do Tocantins vive um momento de instabilidade institucional, com disputas políticas acirradas. O deputado estadual Júnior Geo voltou a pedir o impeachment de Wanderlei Barbosa, e um advogado de Araguaínaprotocolou pedido semelhante contra o governador em exercício, Laurez Moreira.
No centro dessa turbulência, Wanderlei Barbosa aguarda uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que deverá definir se ele será afastado de forma definitiva ou se poderá retornar ao cargo de governador.
O cenário político tocantinense segue incerto, refletindo uma crise que expõe a fragilidade institucional do estado e a insatisfação de parte da população, que vê sua vontade soberana sendo colocada em segundo plano diante das disputas de poder.
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