
Nesta sexta-feira (31), a Polícia Federal (PF) deflagrou a oitava fase da Operação Overclean com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que, segundo a investigação, atuava por meio de fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.
De acordo com apuração da TV Globo, os alvos da operação teriam atuado no estado do Tocantins, onde efetuavam fraudes em processos licitatórios e intermediavam — ou recebiam — propinas decorrentes de desvios de emendas parlamentares.
Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Brasília (DF), São Paulo (SP), Palmas (TO) e Gurupi (TO). As ordens judiciais foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Duas pessoas já foram presas por suspeita de obstrução às investigações: Danilo Pinto da Silva e Éder Martins Fernandes (exsecretário-executivo de Educação do Tocantins).
Entre os investigados destacam-se:
Claudinei Aparecido Quaresemin — ex-secretário extraordinário de Parcerias e Investimentos do Tocantins
Éder Martins Fernandes — ex-secretário-executivo de Educação do Tocantins
Itallo Moreira de Almeida — ex-diretor da Secretaria Municipal de Educação de Goiânia
Luiz Cláudio Freire de Souza França — advogado e secretário-geral do partido Podemos
Conforme a PF, os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos, além de lavagem de dinheiro.
Outro destaque da investigação: a PF avalia que os secretários investigados teriam desqualificado governos — no sentido de enfraquecer ou comprometer a governança pública, abrindo espaço para a atuação do esquema corrupto, comprometendo a transparência e a eficiência da administração.
Na quinta fase da operação, deflagrada em 17 de julho de 2025, o STF, por meio do ministro Nunes Marques, determinou o bloqueio de R$ 85,7 milhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas investigadas na Overclean.
A medida foi implementada com o cumprimento de 18 mandados de busca e apreensão em Salvador (BA), Campo Formoso (BA), Senhor do Bonfim (BA), Mata de São João (BA), Petrolina (PE) Brasília ( DF)
O montante de R$ 85,7 milhões foi bloqueado com o objetivo de “preservar ativos para eventual reparação aos cofres públicos”.
Em fase inicial da Overclean, em dezembro de 2024, foi publicada documentação da PF/Receita/MPF/CGU que indicava sequestro de bens imóveis, veículos, etc., embora sem detalhamento individualizado disponível ao público.
No caso de Claudinei Aparecido Quaresemin, há registro de decisão judicial que decreta sua prisão preventiva e menciona bloqueio de bens e valores a ele vinculados, além de transferências bancárias suspeitas superiores a R$ 800 mil. (conforme publicação de portal de Tocantins)
Contudo, para os demais investigados — Éder Martins Fernandes, Itallo Moreira de Almeida e Luiz Cláudio Freire de Souza França — não localizei publicamente fontes confiáveis que divulguem bloqueios de bens ou valores individualizados atribuídos a cada um, com o mesmo nível de detalhe ou confirmação.
Isso gera duas possibilidades: ou ainda não foram decretados tais bloqueios individuais ou ainda não foram divulgados com a identificação pública dos valores ou bens específicos para cada alvo.
A Operação Overclean evidencia um padrão recorrente de atuação de organizações criminosas que se aproveitam de emendas parlamentares, manipulação de licitações e fragilização da governança pública para desviar recursos. O fato de os alvos incluírem secretários de estados e municípios, advogados e agentes políticos reforça a amplitude e natureza sofisticada do esquema.
A menção de que os investigados teriam “desqualificado governos” sugere uma estratégia de subversão dos mecanismos de controle público: ao minar a administração regular, criam-se brechas para favorecimento e corrupção sistemática.
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