
Realizada em Belém (PA), de 10 a 21 de novembro de 2025, a COP30 colocou o Brasil no centro das atenções globais. Entre os que conhecem o evento, o sentimento é majoritariamente otimista: 41% acreditam que a conferência trará resultados positivos para o país, seja pela visibilidade internacional ou pelos investimentos sustentáveis que podem surgir. Mas, entre os bastidores, o brilho do protagonismo esbarra em críticas, polêmicas e desafios estruturais.
Sediar a COP30 na Amazônia tem um peso simbólico e estratégico. O Brasil ganha palco para reafirmar sua liderança no debate climático, fortalecendo sua diplomacia ambiental e atraindo investidores interessados em bioeconomia, energias limpas e mercado de carbono.
Projetos federais, como o “AdaptAÇÃO”, prometem estimular a resiliência de cidades vulneráveis às mudanças climáticas, enquanto governos locais apostam na conferência como motor de desenvolvimento regional e melhoria de infraestrutura.
A mensagem é clara: o país quer mostrar que é possível conciliar floresta em pé, crescimento econômico e justiça social. Se conseguir transformar visibilidade em ação concreta, o Brasil pode sair da COP30 como referência global de sustentabilidade. Críticas, custos e contradições
Apesar das expectativas, o evento não escapou de controvérsias. Entre as principais críticas, estão o alto custo de hospedagem e transporte em Belém, além de denúncias de ostentação, como o uso de iate de luxo alugado para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a conferência — um contraste com o discurso de austeridade e sustentabilidade.
Outro ponto sensível é a baixa presença de chefes de Estado: apenas 18 representantes internacionais de alto escalãocompareceram, o que reduziu o peso político esperado. Para especialistas, essa ausência pode indicar falta de engajamento real dos países e comprometer o impacto prático da cúpula.
Além disso, ambientalistas apontam contradições entre o discurso do governo e ações recentes, como exploração de petróleo e lentidão no combate ao desmatamento. O risco é que a COP30 acabe lembrada mais pela pompa do que pelos resultados.
No fim, o balanço da COP30 ainda está em aberto. Se o país conseguir aproveitar o impulso diplomático e os novos investimentos, o evento poderá marcar uma virada de imagem e política climática.
Mas, se as promessas não se concretizarem, o Brasil corre o risco de transformar a conferência em um símbolo de oportunidade perdida e contradições expostas.
O desafio agora é transformar discurso em legado — e provar que o verde da Amazônia pode significar mais do que marketing ambiental.
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