
Após mais de duas décadas dedicadas à vida pública, a ex-senadora e ex-ministra da Agricultura Kátia Abreu anunciou oficialmente sua aposentadoria da política. Em um breve depoimento ao Portal Atitude — sua primeira declaração em três anos —, a tocantinense afirmou que encerra um ciclo e inicia outro, agora voltado ao setor privado.
“Cumpri meu papel na vida pública e fui muito feliz. Faria tudo de novo. Um ciclo se fechou e outro se abriu: a vida privada. Aceitei também com alegria e me privatizei”, declarou, em tom sereno.
Natural de Gurupi (TO), Kátia Abreu iniciou sua trajetória pública como a primeira mulher a presidir o Sindicato Rural do município. De lá, partiu para a política nacional: foi deputada federal entre 2003 e 2007 e, depois, senadora por dois mandatos (2007–2015 e 2015–2023).
Durante a carreira, Kátia também quebrou barreiras ao se tornar a primeira mulher a comandar a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e, mais tarde, a primeira ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento da história do país, cargo que ocupou entre 2015 e 2016.
No Congresso, teve papel de destaque em projetos de infraestrutura e de desenvolvimento do agronegócio, com participação em iniciativas como a Ferrovia Norte–Sul, a Hidrovia Tocantins, o Código Florestal (Lei 12.651/2012), o Arco Norte da logística e a regulamentação de transgênicos. Também defendeu medidas de apoio a micro e pequenas empresas durante a pandemia e destinou emendas parlamentares à saúde no Tocantins.
Após deixar o Senado, Kátia integrou o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) e, em julho deste ano, assumiu uma posição global na área de agronegócio e bioenergia na Ambipar, multinacional brasileira de soluções ambientais com presença em 43 países e ações listadas na B3 e na Bolsa de Nova York (NYSE).
Com o anúncio, Kátia Abreu encerra uma das trajetórias femininas mais marcantes da política brasileira, abrindo espaço para uma nova fase como executiva e líder do setor privado.
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