
Os dias 10 e 11 de dezembro se tornaram decisivos para o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos). A Segunda Turma do STF pautou para essas datas o julgamento que pode definir, de forma definitiva, sua permanência no comando do Estado. A análise ocorrerá após o relator, ministro Nunes Marques, ter reconduzido o governador ao cargo. Paralelamente, o STJ arquivou o processo que também pesava contra ele, fato que fortaleceu ainda mais a posição de Wanderlei.
No retorno ao Palácio Araguaia, o governador fez questão de reconhecer publicamente quem permaneceu ao seu lado durante a turbulência jurídica. Eduardo Gomes, senador, e Gaguim, deputado federal e pré-candidato ao Senado, foram citados como aliados centrais no momento de crise. Wanderlei também destinou agradecimentos especiais à senadora Dorinha.
Entre os deputados estaduais, alguns saíram palpavelmente fortalecidos. Vanda Monteiro e Jair Farias consolidaram ainda mais seu espaço na base governista. Quem dobrou sua influência foi o presidente da Assembleia Legislativa, Amélio Cayres, que resistiu a intensas pressões envolvendo a votação do processo de impeachment do governador.
A deputada Janad Valcari também sinaliza retorno ao bloco de apoio ao governo, movimento que pode reconfigurar novamente o tabuleiro político na Casa.
Com a normalização gradual do cenário, é esperado que os deputados da base voltem a disputar suas indicações regionais, prática tradicional no Estado. Em municípios como Itaguatins, por exemplo, a divisão deve retornar ao modelo anterior, com espaço repartido entre os três parlamentares mais votados — e não concentrado nas mãos de apenas um, como vinha acontecendo.
Por outro lado, alguns políticos perderam espaço ao abandonar o governo durante a crise. Jorge Frederico, antes aliado de Wanderlei, migrou para o grupo do vice-governador Laurez Moreira. Olintho Neto também deixou a base, cedendo às pressões do momento. Já o deputado federal Toinho Andrade, que se aproximou da oposição atraído por promessas, hoje se vê politicamente desalinhado e com menor influência dentro do governo.
Diante do cenário, a expectativa é de que Wanderlei Barbosa reorganize sua base com mais cautela. O episódio recente expôs fragilidades, lealdades e precipitações — e deixa lições políticas importantes.
O alerta que fica é claro: o Estado do Tocantins precisa de estabilidade, equilíbrio e serenidade na condução do governo. O momento exige menos tensão institucional e mais foco no que realmente importa — garantir que a população seja a principal beneficiada após essa fase conturbada da política estadual.
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