Lúcia Gabriela Rodrigues Bandeira, conhecida como a "Dama do Crime", foi novamente presa durante a operação policial intitulada "Asfixia", deflagrada nesta terça-feira (4). De acordo com as investigações da Polícia Civil, Lúcia ocupava uma posição de destaque dentro de uma célula do PCC (Primeiro Comando da Capital) no Tocantins, sendo responsável pela ligação entre traficantes locais e os líderes da facção paulista. O grupo, que movimentou cerca de R$ 20 milhões nos últimos dois anos, foi desmantelado durante a ação.
As investigações sobre essa organização criminosa tiveram início em fevereiro de 2024, após a prisão de outros membros do tráfico no estado. Lúcia Gabriela, que já estava detida desde dezembro do ano passado em outra operação da polícia, teve sua prisão preventiva decretada novamente na manhã desta terça-feira.
O grupo criminoso é acusado de vários crimes, incluindo tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e o uso de armas de fogo trazidas ilegalmente da Turquia para cometer assassinatos em Palmas e em outros locais. As armas também foram enviadas para outros estados, alimentando o conflito entre facções criminosas.
A operação "Asfixia" foi realizada simultaneamente em várias cidades do Tocantins, como Palmas, Araguaína, Paraíso e Porto Nacional, além das cidades de Praia Grande e Barueri, em São Paulo. Ao todo, 15 pessoas foram presas, sendo dez no Tocantins e cinco no estado paulista. Além disso, dois suspeitos seguem foragidos. A polícia apreendeu materiais como celulares, cartões bancários, máquinas de cartões e cadernos com anotações relacionadas ao tráfico, além de mais de R$ 16 mil em dinheiro. Também foram cumpridas 20 ordens de bloqueio de contas bancárias.
A prisão de Lúcia Gabriela marca mais um capítulo na história de suas operações criminosas. Em julho de 2024, ela havia sido detida com uma grande quantidade de drogas e R$ 300 mil em dinheiro. Contudo, obteve habeas corpus alegando ser responsável por seu filho de quatro anos e foi solta. Pouco tempo depois, ela teria debochado da situação em suas redes sociais, o que resultou em uma nova prisão em dezembro. Desde então, Lúcia está presa em uma penitenciária do Tocantins.
A defesa de Lúcia Gabriela afirmou que está investigando as novas acusações e logo emitirá uma declaração sobre o caso.
De acordo com a decisão judicial que autorizou a operação desta terça-feira, o esquema criminoso liderado por Lúcia possuía uma estrutura hierárquica similar à de uma empresa, com divisões específicas para direção, gerenciamento, transporte, finanças e vendas. Durante a investigação, foram encontrados grupos de mensagens nos quais Lúcia usava os codinomes "Dama" e "Larissa". Ela seria responsável pela coordenação dos setores financeiro e gerencial da organização.
Além disso, a polícia revelou que Lúcia gerenciava um grupo denominado "Lojistas Tocantins", composto por traficantes locais. Esse grupo facilitava a aquisição de drogas e a distribuição para o varejo em várias regiões do estado. Através desse grupo, ela também organizava a logística do tráfico e coordenava ataques contra membros de facções rivais.
Durante a operação, também foram revelados detalhes de como a Dama do Crime organizava auditorias e cobrava relatórios financeiros diários dos "lojistas", além de controlar as pendências e repassar o dinheiro arrecadado para os líderes da facção criminosa.
A investigação segue em andamento, e as autoridades continuam empenhadas em desarticular a rede de tráfico e combate ao crime organizado no Tocantins.